segunda-feira, 27 de setembro de 2010

COMUNHÃO E LIBERTAÇÃO - UM DOS BROTOS DA NOVA PRIMAVERA DA IGREJA : AS NOVAS COMUNIDADES.

Unidade e dor entre as novas realidades eclesiais pela morte de padre Giussani


Fundador de «Comunhão e Libertação»



ROMA, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005 (ZENIT.org).- A morte de padre Luigi Giussani, fundador de «Comunhão e Libertação» (CL), suscitou a manifestação da unidade entre outros novos movimentos da Igreja e a expressão de afeto e dor, segundo reconhecem vários fundadores ou responsáveis.

Em sua residência de Milão, faleceu na madrugada de terça-feira padre Giussani, aos 82 anos de idade (Cf. Zenit, 22 de fevereiro de 2005). No ano passado, havia-se celebrado o 50º aniversário de CL; este «pode considerar-se justamente, junto a uma grande variedade de outras associações e novas comunidades, como um dos brotos da promissora “primavera” suscitada pelo Espírito Santo nos últimos cinqüenta anos», escreveu o Papa em uma carta às «bodas de ouro» do movimento eclesial.

Chiara Lubich, fundadora do movimento dos Focolares (www.focolare.org), relata um encontro que teve com padre Giussani em Milão, em novembro de 1998, pouco depois do histórico encontro de Movimentos com o Papa na Praça de São Pedro, na Vigília de Pentecostes daquele ano.

«Foi uma das poucas vezes que tive a impressão de encontrar um santo, uma santidade conquistada com não poucos sofrimentos», como foi «forte outra impressão que repeti a seus colaboradores: “Encontrei um carisma autêntico”», declara, segundo cita um comunicado dos Focolares enviado a Zenit.

Prossegue Lubich: «O Papa, naquela Vigília de Pentecostes, havia-nos pedido “comunhão e compromisso”. Era por isso que me havia aproximado de Milão. Aquele encontro foi para todos nós, como padre Giussani escreveu depois em uma carta a sua Fraternidade, “o maior dia de nossa história”. E acrescentava: “Foi dito também a Chiara e a Kiko [Arguello, iniciador do Caminho Neocatecumenal, Ndr], a quem tinha a meu lado na praça de São Pedro: como se faz, nestas ocasiões, para não gritar nossa unidade?».

«No coração --reconhece-- fica-me uma imensa gratidão por sua vida gastada sem medida ao serviço de um carisma que introduziu na Igreja uma nova corrente de intensa vida espiritual abrindo de par em par a milhares e milhares de homens e mulheres do mundo o encontro pessoal com Jesus e suscitando muitas obras concretas em respostas às expectativas de nosso tempo».

«Recordo padre Giussani como um homem que soube tomar a sério Cristo e o Evangelho, um homem habitado por uma espiritualidade profunda», expressou a «Rádio Vaticano» Andrea Riccardi, fundador da comunidade de Santo Egidio (www.santegidio.org).

Sua lembrança o vincula com aquele encontro de Novas Comunidades e Movimentos com o Papa em 1988, quando padre Giussani, ante o Papa, disse: «Nós somos todos mendigos». «Nestas palavras está --parece-me-- muito do ânimo de padre Giussani. Este homem que toda a vida buscou e toda a vida deu testemunho de ter encontrado Jesus», acrescentou Riccardi.

Comentou que padre Giussani «deu-se conta de que a fé é algo que transcorre em profundidade, na vida dos homens, no encontro do homem com o homem e no encontro do homem com o Senhor Jesus», «uma intuição que amadureceu em sua experiência nos corredores» do Liceu Berchet, origem de CL, assim como a idéia --já surgida-- de que «a Igreja devia ser movimento», uma idéia que padre Giussani «retoma com força».

O fundador de CL «jamais foi um homem protagonista. Recordo as palavras de padre Giussani que tiravam a atenção de sua pessoa. Dizia: “Sim, existe um carisma, mas o fundo do carisma é Cristo”», concluiu.

Expressando sua «grande dor» pela morte de padre Giussani, «Ação Católica Italiana» (AC), em um comunicado de sua presidência nacional difundido em www.azionecattolica.it, uniu a lembrança do fundador de CL com a peregrinação daquele movimento a Loreto, um grande encontro que celebrou em torno ao Santo Padre (CF. Zenit, 7 de setembro de 2004).

Padre Giussani enviou pela ocasião uma mensagem a AC: «Meu desejo é que a Ação Católica corresponda cada vez mais ao convite do Santo Padre que a indicou como fenômeno tão significativo para a vida da Igreja e para a Itália, desejando “uma nova primavera de graça e de compromisso para a Associação e para todo o povo cristão”», escreveu.

Diz o comunicado de AC no dia da morte de padre Giussani: «Queremos recordar a sintonia com a que iniciamos juntos um novo caminho dirigido a testemunhar no concreto das Igrejas particulares, nas que arraigam nossas experiências, a comunhão que deve caracterizar os crentes no Ressuscitado».

«Uma comunhão --continua-- que hoje se faz ainda mais firme no momento em que, na oração, dirigimos o pensamento a padre Luigi, sabendo que os diferentes carismas constituem uma riqueza quando se vivem e se assumem em uma mesma vida de Igreja».

Paola Bignardi, presidente nacional de AC Italiana, sublinhou na emissora pontifícia com respeito a padre Giussani «sua fidelidade ao Evangelho, que o levou a reconhecer no serviço ao homem e na promoção do homem, da vida e da cultura os caminhos apropriados para anunciar o Evangelho no contexto atual».

«Comoção» e «gratidão» assinalou por sua parte padre Javier Echevarría, prelado do Opus Dei (www.opusdei.org), esta quarta-feira por ocasião da morte de padre Giussani, assinala a Sala de Informação da Prelatura a Zenit.

«Sua morte supõe uma grande perda para a Igreja --reconhece padre Echevarría--. Penso especialmente nos inumeráveis jovens que descobriram o Rosto de Cristo através de suas palavras iluminadas, e em todos aqueles que devem a ele a descoberta da própria vocação cristã».

O prelado recorda que «seu trânsito ao Céu se produziu nas primeiras horas da festa da Cátedra de São Pedro: parece-me tudo um símbolo de uma existência dedicada por inteiro ao serviço da Igreja».

«Com a segura esperança de que o Senhor haverá premiado sua generosidade», transmite finalmente «a todos os filhos espirituais de padre Giussani a expressão de meu afeto mais sincero e minha união na oração».

Milhares de pessoas estão visitando os restos mortais de padre Giussani, que se estão velando na capela do Instituto «Sacro Cuore» em Milão. Na catedral da cidade italiana, em nome do Santo Padre, o Cardeal Joseph Ratzinger --prefeito da Congregação vaticana para a Doutrina da Fé-- presidiu esta quinta-feira o funeral por seu eterno descanso.

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