terça-feira, 7 de junho de 2011

O VATICANO II E AS NOVAS COMUNIDADES DA IGREJA CATÓLICA.

O VATICANO II E AS NOVAS COMUNIDADES DA IGREJA CATÓLICA.

Frei Severino Fernandes de Sousa, OFM


Como o Concílio Vaticano II, que foi realizado entre os anos de 1962 e 1964 não fala explicitamente das Novas Comunidades da Igreja Católica, justamente porque muitas delas surgiram depois deste tão importante evento para a Igreja Católica, que marcou para toda a humanidade, a passagem do Espírito Santo.
E sabendo que as Novas Comunidades da Igreja Católica, têm em si, mutatis mutandis, uma vida parecida com o que o Vaticano II determina para a vida dos Religiosos e Religiosas, sobretudo o Documento Lumen Gentium; apresento uma síntese deste importante Documento, para que, adaptando-se regularmente à cada Nova Comunidade, das Novas Comunidades da Igreja Católica, possa colocar luz na vida que já existe e ser elas uma luz sobre o monte para toda a Igreja e para toda a sociedade, como disse Jesus, (Cfr. Mc. 4, 21; Lc. 8, 16; Lc. 11, 33).
Esta é a nossa pretensão.
Vejamos o que diz, em síntese, a Lumen Gentium sobre os Religiosos, que, na minha humilde apreciação também serve para os e as membros das Novas Comunidades da Igreja Católica.

Porque o Religioso e a Religiosa, pelo batismo estão mortos para o pecado e consagrados a Deus pelos votos da castidade, obediência e pobreza, por isto mesmo, representam a Igreja.
A vida de santidade dos Religiosos é devotada ao bem espiritual de toda a Igreja tanto pela oração, quanto pelo trabalho.
O Religioso e a Religiosa estão mais desimpedidos dos cuidados terrenos e manifesta já aqui neste mundo a todos os fiéis a presença dos bens celestes e dá testemunho da nova e eterna vida conquistada pela redenção de Cristo, e é testemunha de que, Jesus, o filho de Deus, aqui na terra fez a Vontade do Pai e patenteia de modo peculiar a transcedência do Reino de Deus e seus altos destinos sobre tudo o que é terreno.
O Religioso e a Religiosa, embora não pertençam à estrutura hierárquica da Igreja, estão contudo, firmemente relacionados com a sua vida de santidade.
Os Religiosos e as Religiosas procuram manifestar Cristo Jesus tanto aos fiéis quanto aos infiéis, por isto atuam na evangelização das periferias e favelas, usam os meios mais modernos do século XXI, como o teatro, o cinema, a internet, o orkut, o facebok, o blog, o site, os filmes, que podem ser editados no Youtube, o telefone, a dança, o canto, a música, e muitos outros modernos para levar Deus, tanto na oração quanto no anúncio do Reino de Deus, ora curando os enfermos e feridos, e convertendo os pecadores ao bom caminho; ora abençoando as crianças, jovens e adultos que encontram no caminho; sempre porém, obedientes à Vontade do Pai.
Por isto o Sagrado Vaticano II encoraja e louva os homens e as mulheres, que nos Mosteiros, nos Conventos, nas Escolas, nos Hospitais, nas missões, e em muitos outros âmbitos da sociedade, adornam a Igreja pela constante e humilde fidelidade na mencionada consagração a Cristo e prestam a todos os homens os mais variados serviços.
O Religioso e a Religiosa esforçam-se em ser agradável a Deus, (2 Cor. 5, 9), pois antes de reinarem com Cristo glorioso, comparecerão, todos nós, um dia, diante do Tribunal de Cristo, para que cada um receba conforme o que tiver feito, por meio do corpo, o bem ou o mal (Cor. 5, 10). E no fim do mundo, os que praticaram o bem irão para a ressurreição da vida, mas os que praticaram o mal, para a ressurreição do juízo, ( Jo. 5, 29; Mt. 25, 45 – 46).
Os Religiosos e as Religiosas, pensam como São Paulo, “que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que se manifestará em cada cristão”. (Rm. 8, 18; 2 Tm. 2, 11 – 12); fortes na fé aguardam “a esperança bem aventurada e a manifestação do grande Deus e Salvador nosso Senhor Jesus Cristo. (Tt. 2, 13), e que Cristo, transfigurará o corpo abatido de todo cristão, para que seja conforme ao seu corpo glorioso”. (Fl. 3, 21); e, como São Paulo disse ao tessalonicenses, que Cristo virá “para ser glorificado em seus Santos e Santas, e se fazer admirável em todos os que creram”. (2 Tss. 1, 10).
Pois quando consideramos a vida dos Santos e Santas Fundadores de Ordens Religiosas, ou simplesmente os Fundadores e Fundadoras de Novas Comunidades, inseridas nas Novas Comunidades da Igreja Católica, que seguiram e que seguem fielmente a Cristo Jesus, movidos pelo seu Evangelho; somos incitados a buscar com novas motivações a cidade futura (Hb. 13, 14), cujo artífice e construtor da cidade é o próprio Deus, (Hb. 11, 10), e a glória de Deus ilumina a cidade, (Ap. 21, 23; Ap. 22, 5); e entre as viscissitudes deste mundo, segundo o estado e a condição de cada qual, todos os cristãos podem chegar à perfeita união com Cristo, ou seja, à santidade, tanto querida e recomendada por Deus aos nossos pais, (Ex. 22, 31; Lv. 11, 44 – 45; Lv. 19, 2; Lv. 20, 7; Lv. 20, 26; Lv. 21, 6).
E tanto os membros de Ordens Religiosas quanto os membros das Novas Comunidades da Igreja Católica serão Santos e Santas cumprindo os mandamentos que Deus doou (Nm 15, 40) e a Regra que seus Fundadores e Fundadoras lhes entregaram.